A importância da fonoaudiologia no tratamento de crianças com Síndrome de Down

A importância da fonoaudiologia no tratamento de crianças com Síndrome de Down

síndrome de down e fonoaudiologia

Síndrome de down e suas características

A síndrome de down é uma alteração genética que ocorre durante ou logo após a concepção, caracterizada pela presença de um cromossomo a mais no par 21, por isso que ela também é chamada de trissomia do 21. Antigamente, era mais difícil o diagnóstico e tratamento dessa alteração genética, mas hoje, a síndrome de down e fonoaudiologia se tornaram grandes aliadas.

Essa modificação genética altera o desenvolvimento da criança, determinando dificuldades de habilidades cognitivas, ou seja, ocorre a presença de retardo mental que geralmente é do leve ao moderado, gerando problemas motores e fonoarticulatório, principalmente retardo na aquisição da fala e linguagem.

A síndrome determina, ainda, dificuldades no desenvolvimento físico, gerando características físicas marcantes, principalmente faciais, identificadas logo no nascimento.  Além disso, as crianças portadoras da síndrome possuem maior incidência de algumas doenças como defeitos cardíacos, gastresofágicos, respiratórios e disfunções da glândula tireoide. Essas manifestações clínicas podem variar em cada paciente.

A fonoaudiologia e síndrome de down tem sido uma união muito eficaz, pois tem gerado grandes benefícios no desenvolvimento motor oral desse grupo de pacientes. Essa terapia deve ser realizada em conjunto com o paciente com a trissomia do 21 e comunicação entre a equipe multiprofissional e a família para garantir o sucesso do tratamento.

Tratamento com fonoaudiólogo

A fonoaudiologia é uma parte da medicina que é responsável pela prevenção, habilitação e reabilitação da fala, audição e motricidade oral. A síndrome de down e fonoaudiologia andam juntas para garantir um melhor desenvolvimento dessas crianças. Essa ciência exerce papel fundamental no crescimento desses pacientes e, por esse motivo, o acompanhamento deve ser feito desde os primeiros meses de vida.

As síndromes cromossômicas tratadas pela fonoaudiologia devem receber essa terapia desde o início para garantir que a criança tenha um futuro mais desenvolvido. Isso se deve ao fato de que o tratamento gera grandes resultados no que diz respeito à estimulação do desenvolvimento motor orofacial e ao aperfeiçoamento da aprendizagem, pois o cérebro é bastante flexível na primeira fase da infância.

Toda criança com síndrome de down deve se beneficiar da fonoaudiologia. A síndrome de down e fonoaudiologia devem estar juntas de forma individualizada de acordo com cada necessidade da criança, pois nem todos os portadores da trissomia do 21 apresentam as mesmas características e dificuldades. As manifestações clínicas podem ser mais moderadas em uns ou mais intensas em outros, daí a importância de uma avaliação clínica detalhada para que todas as síndromes cromossômicas tratadas pela fonoaudiologia possam ter resultados satisfatórios.

Nessa avaliação clínica, o fonoaudiólogo tem extrema importância de participação, pois é ele quem vai diagnosticar com precisão tudo o que lhe compete e indicar o melhor tratamento para adequar as desordens orofuncionais presentes nessas crianças.

O fonoaudiólogo exercerá também tudo o que estiver ao seu alcance, mas ele também dará todas as orientações necessárias para a família e as pessoas envolvidas nesse processo para que possa auxiliar no tratamento.

Apesar das crianças portadoras da síndrome de down apresentarem algumas alterações mentais e motoras, elas não são limitadas. Mas, ao dar início ao tratamento, alguns fatores subjetivos devem ser considerados para não exigir e sobrecarregar demais a criança.

A fonoaudiologia e síndrome de down tem se unido para minimizar ao máximo as alterações que aparecem no sistema de comunicação orofacial, caracterizado pela diminuição do tônus e alteração da dentição, dificultando as funções da alimentação e da respiração. Além disso, as funções cognitivas que alteram e prejudicam o desenvolvimento da audição, da fala e da linguagem também são trabalhadas para diminuir o impacto dessas alterações.

A síndrome de down e fonoaudiologia devem estar sempre juntas para que se possa adequar ou até restabelecer a respiração, sucção, mastigação, deglutição e a fala. A adequação ou restabelecimento dessas funções se dá com a relação de comparação com funcionamento padrão dessas funções.

As principais atividades ente a fonoaudiologia e síndrome de down durante o tratamento são um conjunto de exercícios, orientações e adequação das funções cognitivas. Para se adequar a essas funções, as regiões envolvidas no conjunto fonoarticulatório como a boca e as bochechas, também devem ser adequadas quanto ao tônus, articulação e repouso. Outros recursos utilizados são a adequação da força e mobilidade dos músculos, além da remoção de alguns hábitos de funcionamento e postura que não favorecem o prosseguimento satisfatório do tratamento.

A trissomia do 21 e comunicação de alterações respiratórias estão juntas na maioria dos casos. As mais comuns dessas alterações são falta de equilíbrio dos músculos orofaciais que gera um posicionamento inferior da mandíbula deixando a boca semiaberta. Com isso, a língua se projeta para fora e pode dificultar a respiração oral. Esses fatores podem levar a problemas de infecções respiratórias dificultado ainda mais a respiração e a articulação de sons.

A sucção é um trabalho importante para estimular a percepção dos líquidos que a criança ingere. Para que ocorra um amadurecimento dessa função, a atividade labial deve ser trabalhada de forma mais cautelosa através da concentração da criança, para gerar uma pressão maior da cavidade oral e controlar a quantidade dos líquidos ingeridos.

A qualidade na voz das crianças portadoras da síndrome de down é menor. A maioria delas apresenta dificuldades ao se comunicar, como troca de alguns fonemas na fala que fica imprecisa e deficiente. Isso se deve também à alteração da forma do céu da boca que, nessas crianças, é um pouco mais alto.

Com a voz instável e a articulação mal coordenada dos movimentos da boca que geram a substituição de grande parte dos fonemas, pode ocorrer um entendimento deficiente da mensagem, mas isso não pode ocasionar uma subestimação das reais capacidades da criança. Com isso, é necessária a junção de um trabalho tanto linguístico quanto auditivo por parte do fonoaudiólogo.

A maioria das crianças com síndrome de down apresentam dificuldades de mastigação e deglutição. Isso se deve, principalmente, ao desequilíbrio dos músculos orofaciais que ocasionam alterações na arcada dentária e dificuldade de propulsão lingual. Além disso, a musculatura orofaríngea também está envolvida. Com o trabalho realizado entre a síndrome de down e fonoaudiologia, o processo de evolução alimentar se torna ainda mais fácil. Esse acompanhamento ajuda a desenvolver as consistências dos alimentos líquidos e pastosos para sólidos.

Conclusão

A síndrome de down é uma modificação genética com evidentes alterações cognitivas e psicomotoras. Apesar dessa realidade, não podemos determinar os limites do desenvolvimento da criança.

A síndrome de down e fonoaudiologia não podem se unir de forma tardia, caso contrário irão interferir diretamente no desenvolvimento das funções articulatórias orofaciais. Com isso, fica evidente que quanto mais cedo o tratamento nessas crianças for iniciado, maiores serão as chances de que as modificações geradas com a síndrome de down se tornem mínimas.

Outros fatores também são importantes entre a síndrome de down e fonoaudiologia. Um deles é a relação do acompanhamento fonoaudiológico junto à equipe multidisciplinar e ao vínculo formado entre o profissional e a família da criança. Esse vínculo é de suma importância para que as síndromes cromossômicas tratadas pela fonoaudiologia tenham o acompanhamento, por parte da família, de todas as etapas do tratamento, além da interação, colaboração, comunicação e confiança estabelecida entre todos para que haja sucesso no tratamento.

É indispensável que todos os inseridos nesse processo tenham em mente que a criança com a trissomia do 21 e comunicação , além de interação mesmo com dificuldades, é uma necessidade real. Essas barreiras, só serão vencidas com a relação concreta criada entre a criança e todas as pessoas envolvidas.

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3 comments

  1. Adriana - 08/08/2018 2:26 AM

    Alguém poderia mr indicar uma fono com especialidade em crianças com sindrome de down ? Moro em guarulhos são paulo

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  2. elizane teodoro - 02/05/2016 6:31 PM

    Estou cursando fonoaudiologia e estou fazendo um trabalho sobre a atuação do fonoaudiólogo co os pacientes com síndrome de down, e apos ler varias matérias sobre o assunto e uma área muito apaixonante pois quanto mais me intero do assunto mais apaixonada fico pela escolha em fazer fonoaudiologia.
    e esta parte da síndrome de down e fascinante.

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    • Dra. Giovana Micheli - 14/09/2016 3:24 AM

      Elizane, obrigada pelo comentário. Continue acompanhando, em breve tratarei mais sobre este tema.

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