Atraso na fala ou atraso de linguagem: entenda as diferenças

Como saber se o seu pequeno está com problema de atraso na fala ou atraso de linguagem? Se ficou na dúvida, vamos te ajudar a entender as diferenças entre atraso na fala ou atraso de linguagem
Será que seu filho tem atraso na fala ou atraso de linguagem? Essa dúvida é comum entre muitos pais, e por isso, hoje viemos ajudar você a entender as diferenças entre uma coisa e outra.
O desenvolvimento da linguagem varia muito de uma criança para outra, mas é interessante conhecer e ficar atento aos sinais de que seu filho pode não ter as mesmas habilidades que a maioria das crianças desenvolvem na mesma idade dele.
Quando isso acontece, está configurado aquilo que conhecemos como atraso de fala.
Esse atraso é ocasionado por diversos fatores que, direta, ou indiretamente, interferem no processo da fala.
Muitos bebês começam a falar suas primeiras palavrinhas antes do primeiro aninho, e a maioria consegue ter um pequeno vocabulário composto por até 20 palavras aos 18 meses.
Assim, se o seu filho ainda não fala tanto quanto a maioria das crianças da mesma idade, ele pode estar com atraso na fala ou atraso de linguagem e, apesar de estarem relacionados à capacidade de comunicação das crianças, são coisas completamente diferentes.
Os atrasos de linguagem não têm, todos, a mesma origem, a mesma evolução. Sob o rótulo “problemas de linguagem” ou “atraso de linguagem” misturam-se problemas diversos em sua expressão, origem e gravidade.
Crianças com atraso de linguagem, não apresentam necessariamente o mesmo problema ou as mesmas dificuldades.
Algumas não irão precisar de atendimento terapêutico específico e apenas com orientações, poderão superar o atraso.
Outras necessitarão de atendimento terapêutico para superarem suas dificuldades e por outro lado, outras, mesmo com atendimento, não conseguirão superar totalmente as dificuldades que poderão persistir até a idade adulta.
Atraso na fala ou atraso na linguagem: conheça as principais diferenças
O atraso de fala, como o próprio nome sugere, é quando uma criança não apresenta o desenvolvimento da fala de modo satisfatório ou esperado para aquela determinada fase da vida.
Uma criança com atraso na fala pode usar palavras e frases para expressar ideias, mas será difícil entender claramente o que ela está dizendo.
Já o atraso de linguagem está relacionado à capacidade da criança de dar e obter informações de maneira significativa.
Ou seja, quando a criança possui um atraso especificamente na linguagem ela pode pronunciar corretamente as palavras, mas pode ter dificuldade em se expressar ou entender os outros.
Diagnosticar e, consequentemente, reabilitar essas crianças com programas de intervenção adequados e efetivos às suas dificuldades, não é uma tarefa fácil.
Como a criança está em fase de desenvolvimento, é comum, pensar que com o tempo, a criança irá falar.
Trabalhando diariamente nesta área, é comum, ouvir dos pais os seguintes comentários: “achei que com o tempo ele começaria a falar”; “fui orientado a colocá-lo na escola para este problema passar”; “o pai dele também demorou para falar”; dentre outros.
Infelizmente no Brasil, queixas relacionadas ao atraso de linguagem, ainda não são adequadamente analisadas, interpretadas e valorizadas.
Um outro aspecto, que também é desconhecido por muitos pais e até por profissionais da área, é que a linguagem oral está diretamente relacionada à aprendizagem.
Crianças que apresentaram problemas ou dificuldades na linguagem poderão apresentar futuramente dificuldades acadêmicas, por isso, o diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais.

As principais causas do atraso na fala ou atraso na linguagem
Assim como outros distúrbios em qualquer área de desenvolvimento, o atraso na fala ou atraso na linguagem também possui algumas causas mais comuns.
Muitas vezes, o atraso é consequência de um outro problema, e não um problema isolado. Por isso é importante ficar atento.
Dentre as principais causa comuns no atraso na fala ou atraso na linguagem, podemos destacar:
- Perda de audição;
- Danos cerebrais;
- Falta de estímulos (por exemplo, a criança passa pouco tempo conversando com adultos);
- Autismo;
- Mutismo eletivo (transtorno psicológico em que a criança se recusa a falar);
- Convívio em um ambiente familiar bilíngue.
Além de investigar todos estes aspectos, a linguagem da criança também deve ser avaliada de forma minuciosa.
Ou seja, quando falamos em linguagem, várias habilidades estão envolvidas neste processo dinâmico e complexo.
Marcos do desenvolvimento das habilidades de fala e linguagem
Cada criança cresce e aprende no seu próprio ritmo, mas é muito importante observar os marcos que demonstram o desenvolvimento normal da fala em cada etapa de desenvolvimento da criança.

Antes dos 12 meses
Após o nascimento, o som mais comum e natural que a criança vai emitir é o choro. Com 2 a 3 meses de vida, ela será capaz de sorrir para você.
A partir dos 6 meses, se não tiver problemas auditivos, a criança passa a ter a curiosidade e a capacidade de acompanhar sons.
Com 12 meses, algumas já conseguem dizer 1 ou 2 palavrinhas e já se familiarizam com alguns nomes e objetos comuns.
De 12 a 15 meses
Nesta idade, já é possível balbuciar mais alguns sons e inclusive, imitar palavras que ouvem e compreender instruções bem simples, como “dê para mim o boneco”.
De 18 a 24 meses
A partir dos 18 meses, a criança começa a aumentar seu vocabulário e, com isso, passa a ser capaz de falar frases com mais de uma palavra e também aprende a falar as partes do corpo.
De 2 a 3 anos
Depois dos 2 anos, a criança consegue reconhecer e apontar objetos em livros, começa a trabalhar com plurais simples e passa a combinar substantivos e verbos.
A partir dos 3 anos, o desenvolvimento é ainda mais visível.
A criança já consegue contar pequenas histórias e até cantar musiquinhas e falar o seu nome e sobrenome.
Atraso na fala ou atraso na linguagem? Agora você já conhece as diferenças entre ambos os distúrbios e seus impactos
Ao perceber um ritmo de desenvolvimento lento em seu filho, procure um especialista para realizar alguns exames de rotina. Dessa forma, o profissional poderá verificar se a criança está ou não atingindo as metas esperadas.
Muitos atrasos não são sérios e quando diagnosticados precocemente, as chances de sucesso no tratamento e desenvolvimento da criança são enormes.
Além de investigar todos estes aspectos, a linguagem da criança também deve ser avaliada de forma minuciosa.
Ou seja, quando falamos em linguagem, várias habilidades estão envolvidas neste processo dinâmico e complexo.
Sempre que houver dúvidas se o desenvolvimento da linguagem está adequado ou não, procure ajuda de um fonoaudiólogo. Não existe uma idade padrão para a avaliação da linguagem.
Agora que você já está por dentro das diferenças entre atraso na fala ou atraso na linguagem, em caso de dúvidas, procure um fonoaudiólogo para uma avaliação.