Distúrbio do processamento auditivo: entenda mais sobre este assunto

Distúrbio do processamento auditivo: entenda mais sobre este assunto

processamento auditivo

Você já deve ter ouvido falar de crianças com dificuldades de aprendizado, de concentração ou que costumam pedir, com certa frequência, para que se repita algo que lhe foi dito. Fique atento! Isto pode ser um sinal de distúrbio do processamento auditivo, mas o que isso quer dizer?

As pessoas que sofrem com o transtorno de processamento auditivo, ouvem normalmente os sons, porém não conseguem interpretar as informações que lhe são passadas, através deles. Isto quer dizer, eles escutam, mas nem sempre conseguem reproduzir o que ouvem, ou até mesmo colocar no papel. Quando estão em ambientes muito barulhentos apresentam dificuldade de focar a atenção nas informações que são relevantes.

O que é distúrbio do processamento auditivo?

Para que você compreenda melhor esse problema, é necessário que saiba primeiro, sobre o funcionamento do processamento auditivo central. O sistema nervoso tem a capacidade de traduzir as informações recebidas, por meio da audição, isso é o que chamamos de processamento auditivo central. Na verdade nada mais é do que ouvir, entender, processar a informação e saber reproduzi-la se for o caso.

Esta é uma habilidade, que está diretamente ligada com o fato, de conseguirmos identificar a localização dos sons, prestar atenção e também memorizar determinados sons, ignorando aqueles que para o momento não são necessários.

O sistema auditivo tem algumas funções, entre elas está: localização dos sons, reconhecimento do padrão auditivo, aspectos temporais da audição e a discriminação auditiva.

As causas do distúrbio processamento auditivo.

Várias são as causas que levam o indivíduo a sofrer esse distúrbio, as mais comuns de serem diagnosticadas são as lesões celebrais, causas de origem genética ou outros distúrbios neurológicos. Grande parte dos pacientes que apresentam esse problema são crianças e idosos.

Existem ainda outros motivos que podem levar ao distúrbio do processamento auditivo como: Perdas auditivas, que muitas vezes não são tratadas, ou também, quando a pessoa demora a iniciar o tratamento, um exemplo retardar o uso de aparelho auditivo e o envelhecimento que é um processo natural da vida, que também pode ser um fator.

Nas crianças, as causas comuns de distúrbio do sistema auditivo, são as alterações funcionais, o que pode estar ou não associada a uma lesão específica, ou atraso de maturação das vias auditivas centrais. Neste caso o transtorno pode estar ligado a prematuridade, problemas gestacionais ou no parto, uso excessivo de drogas e álcool além das otites na infância.

Saiba identificar os sintomas

As pessoas que sofrem de distúrbio do processamento auditivo têm dificuldades de realizar algumas tarefas, que para outros são consideradas simples, em alguns casos é até mesmo impossível.

Há sintomas como a falta de concentração que pode ser interpretada como transtorno de atenção, falta de interesse e coisas similares, por isso a importância se atentar aos sinais que o indivíduo dá. Vamos apresentar aqui alguns sinais que irão te ajudar a identificar os sintomas:

Dificuldade de aprendizagem, memorização e desatenção, cansar-se muito rápido, agitação ao assistir aulas; dificuldade em ouvir e prestar atenção quando estão em lugares barulhentos; necessidade constante de repetição de palavras; demonstração de que não ouve ou não entende bem; demora para compreender o que lhe é dito; não consegue conversar quando há muitas pessoas falando ao mesmo tempo; não saber de onde se origina o som que escuta; não consegue realizar uma sequência correta de tarefas; dificuldade de entender conceitos abstratos.

Diagnosticando o distúrbio

Se notou esses sinais em alguém próximo, ou em alunos, no caso dos professores, e chegou à conclusão de que o sistema auditivo desta pessoa pode não funcionar da maneira correta, é importantíssimo realizar uma consulta junto ao otorrinolaringologista. É ele quem vai determinar a necessidade de buscar ajuda de outros profissionais. O otorrino dará o encaminhamento como também as primeiras instruções para o tratamento.

O diagnóstico envolve toda uma equipe de pessoas especializadas em diversas habilidades: neurologistas, psiquiatras, otorrinolaringologistas, audiologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e profissionais da educação. Estes profissionais avaliarão e estudar o caso para que seja dado início a terapia.

É preciso todo um planejamento e esta equipe está devidamente capacitada para identificar e descartar os problemas parecidos, conforme citamos acima. O profissional responsável para fazer a avaliação mais específica, em casos de transtorno do processamento auditivo é o fonoaudiólogo especializado em audiologia.

Antes de iniciar os testes de avaliação é preciso que o indivíduo tenha realizado uma audiometria há menos de 90 dias. Ter linguagem com nível expressivo e também receptivo, atenção mínima para compreender as tarefas que lhe forem solicitadas e não pode haver perdas auditivas, ou seja, é preciso que o mesmo tenha capacidade de audição, considerada dentro da normalidade.

Após a triagem iniciam-se os testes. Eles são realizados em uma cabine acústica, onde o paciente coloca fones de ouvido para que os mesmos sejam aplicados. O paciente ouvirá sons que já foram gravados em CDs, padronizados e classificados conforme a faixa etária. 

Desta forma também será solicitado ao paciente que repita algumas palavras na mesma ordem em que se escuta e também identificando em qual lado escutou, se direito ou esquerdo, e assim por diante.

 

A Fonoaudiologia como tratamento

Existem diversas maneiras de realizar o tratamento e o fonoaudiólogo é profissional que vai ajudar nessa tarefa, isso porque o distúrbio do processamento auditivo pode ser corrigido com: tratamento clínico fonoaudiólogo que faz a estimulação formal em cabine, método usado com crianças que já tem idade suficiente para responder aos estímulos.

O treinamento auditivo, também pode ser realizado informalmente, porém deve seguir etapas com dificuldades gradativas. Neste caso os pais também podem ajudar no tratamento, desde que façam de acordo com a orientação dos profissionais que acompanham a criança.

A outra forma é feita em cabine, conhecida como o método formal, seguindo basicamente os exercícios aplicados no teste, porém o objetivo agora é corrigir o problema e não mais diagnosticá-lo.

Nos dois tipos a eficácia é comprovada quando se avalia a melhora da percepção auditiva, da atenção, da memória, da ordenação temporal, além de outros progressos.

Bem, agora que você já conhece um pouco mais desse processo, pode ajudar a identificar pessoas ao seu redor que podem estar sofrendo deste distúrbio, principalmente se desenvolve trabalho contínuo com crianças e idosos. Vale lembrar que distúrbio do processamento auditivo não quer dizer que a pessoa apresente surdez.

 

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3 comments

  1. Marcia J Silva - 14/11/2018 2:06 PM

    Olá Dra. Giovana!

    Estou colhendo informações e avaliando… agradeço pelo retorno.

    Forte abraço!!

    Responder
  2. Marcia J Silva - 19/10/2018 3:41 PM

    Olá!!

    Bem esclarecedor o texto.

    Gostaria de saber se uma vez diagnosticado, existe uma faixa etária máxima que ainda é viável a correção ou independente da faixa etária, há bons resultados.?

    Agradeço!

    Responder
    • Dra. Giovana Micheli - 05/11/2018 2:36 PM

      Olá Márcia!
      Independentemente da idade é possível sim realizar o treinamento e a reabilitação.
      Marque uma consulta conosco para uma avaliação completa! Bjs!

      Responder

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