Distúrbios auditivos na infância: saiba mais e descubra como identificar

Distúrbios auditivos na infância: saiba mais e descubra como identificar

Disturbios auditivos na infância

Distúrbios auditivos na infância são mais comuns do que se podem imaginar. Hoje, vamos ajudar você a entender um pouco melhor como lidar com eles

Distúrbios auditivos na infância são comuns e podem ser tratados. Entenda melhor sobre eles e como buscar ajuda.

A linguagem desempenha um papel essencial na organização perceptual, na recepção e estruturação das informações, na aprendizagem e nas interações sociais do ser humano.

A audição constitui-se em um pré-requisito para a aquisição e o desenvolvimento da linguagem.

Audição e linguagem são funções correlacionadas e interdependentes. Um dos principais problemas que podem interferir no desenvolvimento da linguagem e da fala são os distúrbios auditivos.

Você sabe identificar a perda auditiva infantil?

Conhecer os sintomas é fundamental para ter um diagnóstico precoce, buscar tratamentos adequados e garantir o desenvolvimento da criança.

Fatores como gravidez de alto risco, hereditariedade, meningite, sarampo, catapora, otites de repetição e alguns medicamentos podem afetar a audição temporariamente ou definitivamente.

A perda auditiva é a deficiência congênita mais frequente e mais prevalente dentre aquelas rotineiramente triadas em programas de saúde preventivos, sendo ligeiramente mais comum entre meninos.

Os períodos críticos de maturação das funções biológicas do ser humano acontecem nos primeiros meses de vida.

Não reconhecer e tratar uma deficiência pode afetar gravemente a capacidade de uma criança de falar e de compreender a linguagem.

A deficiência pode conduzir a um baixo rendimento na escola, a provocações dos colegas, ao isolamento social e dificuldades emocionais.

As causas mais comuns de deficiência auditiva em recém-nascidos são os defeitos genéticos, que causam perda da audição evidente ao nascimento.

Existem outros problemas genéticos que causam a perda da audição que se desenvolvem ao longo do tempo.

Nos bebês e crianças mais velhas, as causas mais comuns são as infecções de ouvido e otite média secretora, acúmulo de cera de ouvido, traumatismo craniano, barulho alto, uso de medicamentos, infecções virais, tumores, lesões por objetos presos ao ouvido e, até mesmo, doenças autoimunes.

Disturbios auditivos na infância

Quais são os sintomas dos distúrbios auditivos na infância?

Reconhecer os primeiros sinais nem sempre é uma tarefa fácil.

Normalmente, os pais só conseguem perceber que há algo errado com a criança quando ela começa a desenvolver a fala e a escrita.

No caso da perda auditiva congênita, o teste da orelhinha é fundamental, para identificar anomalias no trato auditivo do recém-nascido.

Entretanto, quando o distúrbio é manifestado aos poucos, é essencial ficar atento aos sintomas a seguir.

#1. Dificuldade para ouvir e responder quando indagado

Nos primeiros meses de vida, o bebê já esboça reações aos estímulos sonoros: ruídos fortes tendem a despertar a criança e sons altos provocam reflexos como pestanejar ou maior abertura dos olhos.

Entre 3 e 4 meses, a criança começa a procurar a origem dos sons.

Até os 15 meses, ela é capaz de cumprir ordens, imitar barulhos e tem um vocabulário de, aproximadamente, 5 palavras.

Portanto, se seu filho não responde quando você o chama, é um sinal de alerta.

Se ele olha para você com muita intensidade, pode indicar que escutar é uma atividade que exige muito esforço e ele precisa de pistas visuais para compreender a mensagem.

Tenha atenção também se a criança repete com frequência os termos como “o que” e “hã”, pode ser apenas uma distração, mas pode também sugerir a presença de alguma perda auditiva.

#2. Atrasos na fala

A habilidade de se comunicar é desenvolvida com base na observação. A criança aprende a falar ao ouvir as pessoas e o ambiente.

Se ela não ouve, terá dificuldade de reproduzir os sons e se expressar por meio de palavras.

Por isso, quando você notar um atraso na fala, ou seja, a demora para balbuciar os primeiros vocábulos, como mama e papa, pode ser sinal de algum distúrbio auditivo.

#3. Televisão em volume muito alto

Todos os membros da família estão compreendendo bem os sons da televisão, mas a criança pede para aumentar o volume de forma exagerada?

Isso pode ser indício de que o pequeno está com dificuldade para escutar a TV. Além disso, é importante observar se a criança também aumenta o tom da própria voz.

#4. Desatenção

Esse sintoma é facilmente percebido, principalmente quando a criança está em idade escolar.

O rendimento cai, ela se distrai facilmente e tem muita dificuldade de concentração – e não poderia ser diferente.

Se a pessoa não escuta bem, o processo de aprendizagem pode ser mais árduo e gera um cansaço na criança. Geralmente as professoras percebem e auxiliam os pais.

A importância do diagnóstico precoce

Uma vez que a audição tem um papel tão importante no desenvolvimento de uma criança, muitos médicos recomendam que todos os recém-nascidos sejam testados em busca de deficiência auditiva por volta dos 3 meses de idade.

Os recém-nascidos são geralmente examinados em 2 estágios.

Primeiro, os recém-nascidos são examinados para detectar os ecos gerados por ouvidos saudáveis em resposta a cliques suaves feitos por um dispositivo portátil (exames de emissão otoacústica evocada);

Se esse exame levantar dúvidas sobre a audição do recém-nascido, um segundo exame mede os sinais elétricos do cérebro em resposta a sons (exame de resposta auditiva do tronco cerebral, ou ABR).

Se os resultados forem anormais, o teste é repetido 1 mês depois. Se for detectada perda da audição, a criança pode receber aparelhos auditivos e pode se beneficiar de colocação em um ambiente educacional receptivo a crianças com deficiência auditiva.

Caso os médicos suspeitarem que a criança tem um defeito genético, testes genéticos poderão ser realizados.

Em crianças mais velhas, diversas técnicas podem ser usadas para diagnosticar a deficiência auditiva:

  • Uma série de perguntas são feitas para detectar atrasos no desenvolvimento normal da criança ou para avaliar preocupações dos pais quanto ao desenvolvimento da linguagem e da fala;
  • Exame dos ouvidos em busca de sinais de anomalias;
  • No caso de crianças com 6 meses a 2 anos de idade, testam-se suas respostas a diversos sons;
  • Exame de resposta do tímpano a uma ampla gama de frequências sonoras (timpanometria), o que pode indicar se há líquido no ouvido médio;
  • Após os 2 anos de idade, pede-se à criança para cumprir comandos simples, o que em geral indica se elas ouvem e entendem a fala, ou testam-se suas respostas a sons com o uso de fones de ouvido.

Exames de imagem são realizados com frequência para identificar a causa da perda auditiva e orientar o prognóstico.

Um exame de ressonância magnética é realizado na maioria das crianças. Se os médicos suspeitam da existência de anomalias ósseas, é realizada uma tomografia computadorizada.

Distúrbios auditivos na infância

Possibilidades de tratamento dos distúrbios auditivos na infância

O tratamento de causas reversíveis de perda auditiva pode restaurar a audição.

Infecções do ouvido, por exemplo, podem ser tratadas com antibióticos ou cirurgia; cera pode ser manualmente removida ou dissolvida com medicamentos para o ouvido em gotas e colesteatomas podem ser removidos cirurgicamente.

Na maior parte das vezes, a perda auditiva de uma criança não pode ser revertida e o tratamento envolve o uso de um aparelho auditivo para compensar a deficiência tanto quanto possível.

Aparelhos auditivos

Aparelhos auditivos estão disponíveis para bebês e também para crianças mais velhas.

Se a perda auditiva for leve, moderada ou afetar apenas um ouvido, é possível usar um aparelho auditivo ou fones de ouvido.

As crianças com distúrbios auditivos em apenas um ouvido podem ser ajudadas com o uso de um treinador auditivo FM que transmite a voz a um aparelho auditivo no ouvido normal.

Implantes cocleares

Os implantes cocleares são compostos um sistema implantado cirurgicamente que envia sinais elétricos diretamente ao nervo auditivo em resposta a sons.

Podem ser usados em crianças cuja perda auditiva é tão grave que não pode ser administrada através de aparelhos auditivos.

O diagnóstico é importante para que os distúrbios auditivos na infância possam ser tratados da melhor forma possível

Quanto mais cedo o distúrbio auditivo for detectado, mais rápido a criança poderá iniciar o tratamento e retomar o processo de evolução cognitiva.

É na primeira infância – até os 6 anos – que o ocorre o desenvolvimento social, emocional e de linguagem do indivíduo.

O período mais intenso ocorre nos 3 primeiros anos de vida. Afinal de contas, o cérebro infantil atinge 87% do tamanho que terá no futuro aos 3 anos.

Nesse período, as vozes dos pais, os brinquedos musicais e todos os estímulos sonoros têm papel fundamental para o progresso da criança.

Por essa razão, tenha atenção aos primeiros sintomas para fazer o diagnóstico antes que a perda auditiva comprometa o desenvolvimento, principalmente da fala.

A perda auditiva infantil causa prejuízos nas habilidades cognitivas dos pequenos.

Sendo assim, ao identificar os primeiros sintomas no seu filho, procure um especialista para fazer o diagnóstico o quanto antes.

Com o tratamento adequado, a criança conseguirá se desenvolver normalmente e manter uma vida feliz, longe dos distúrbios auditivos na infância.

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