Como fomentar as habilidades sociais no autismo
Como treinar as habilidades sociais no autismo? Hoje, vamos mostrar como, e porque, essa tarefa é importante para pacientes com autismo
Você já se perguntou como fomentar as habilidades sociais no autismo? Hoje, nosso artigo vai te ajudar a encontrar essas respostas.
Muitas crianças e até mesmo adultos com o autismo sentem dificuldades em agir em diferentes tipos de situações sociais e precisam de ajuda para isso.
Geralmente, eles têm o desejo de interagir, mas não sabem o que fazer em novas situações.
As habilidades sociais são as regras, costumes que orientam nossas interações com outras pessoas e o mundo ao nosso redor.
Pessoas neurotípicas costumam adquirir essas habilidades sociais de forma natural e sozinhas apenas observando comportamentos.
Essas habilidades permitem a interação adequada com outras pessoas nos mais diversos contextos.
Mas com os autistas funciona de outra forma e eles precisam de um suporte para melhorar e aprender essas habilidades.
Os 3 pilares para trabalhar as habilidades sociais
Para trabalhar com habilidades sociais é preciso que tenhamos um referencial teórico.
Além de ter um instrumento de avaliação e uma análise minuciosa da cultura que estamos inseridos, precisamos também de um ambiente para a promoção das mesmas.
São esses os 3 pilares que devem nortear o trabalho do profissional.
Esse, é por sua vez o maior erro que se pode cometer. Habilidades sociais são um conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal.
Um contexto que expressa sentimentos, atitudes, opiniões, ações de modo adequado à situação, respeitando as ações do outro, de modo a solucionar conflitos e minimizar a probabilidade de futuros problemas.
Tais habilidades são aprendidas, e como tal, são características do comportamento da pessoa e não a pessoa em si.
Ou seja, ser habilidoso socialmente é uma questão de aprendizagem, e como tal é um padrão modificável.
Mas o que essas questões têm de relação com o indivíduo autista e com o tratamento do mesmo?
É certo que os indivíduos diagnosticados têm como uma das principais características o atraso geral na comunicação.
E, consequentemente, apresentam um déficit considerável na área do desenvolvimento social.
É preciso que o profissional tenha a visão macro do tratamento.
Assim, ele pode criar estratégias para o desenvolvimento da linguagem, motor e cognitivo, com base no que é socialmente relevante, já que o objetivo final de qualquer terapia deve ser a promoção da qualidade de vida e autonomia.
As importantes habilidades sociais para o paciente autista
É importante que a pessoa autista desenvolva e entenda como funcionam as habilidades sociais.
Veja algumas que são importantes para interagir e conviver com outras pessoas:
- Jogos: entender a importância de se revezar em um jogo ou compartilhar um brinquedo;
- Conversação: entender como funciona uma conversa, a hora de cada um falar e como funciona a linguagem corporal;
- Emocionais: aprender a gerenciar emoções e entender como os outros se sentem (empatia);
- Contato visual: entender como funciona e como fazer essa forma de contato;
- Resolver problemas: aprender a lidar com conflitos e tomar decisões em situações sociais;
- Autocontrole e expressividade emocional: conseguir reconhecer as emoções, controlar a ansiedade, expressar sentimentos positivos e negativos;
- Civilidade: entender a importância de cumprimentar as pessoas, seguir regras, agradecer, pedir desculpas etc;
- Lidar com críticas: concordar ou discordar com opiniões e defender seus próprios interesses;
- Relacionamento: conseguir interagir, fazer amizades, cooperar, iniciar e manter uma conversa;
- Habilidades acadêmicas: seguir instruções orais, prestar atenção, aguardar a sua vez, solicitar ajuda e cooperar, trabalhar em grupo.
Como as habilidades sociais podem ser treinadas?
A aprendizagem de habilidades sociais ocorre de forma contínua durante toda vida, permitindo assim que possíveis déficits sejam superados.
Mas, no caso de pessoas com autismo, essas habilidades precisam ser treinadas e/ou ensinadas.
Para isso, é muito importante buscar ajuda especializada para receber as orientações adequadas.
Umas das formas de melhorar essas habilidades é procurar um especialista na Análise do Comportamento Aplicada.
Os profissionais realizam uma avaliação do repertório da criança e identificam as dificuldades de aprendizagem e falta de habilidades sociais.
Por isso, as intervenções são feitas de forma individual e a interação social é trabalhada por meio de atividades e brincadeiras, além do uso do reforço positivo para fixar um comportamento adequado.
Sendo assim, o treinamento de habilidades sociais consiste em tratamentos comportamentais de intervenção precoce, com o intuito de promover o desenvolvimento comportamental de forma adequada.
Os especialistas também ensinam novas habilidades e como deve ser o comportamento de uma situação.
Além disso, os pais, cuidadores e professores são instruídos para contribuir na manutenção desses comportamentos, para agilizar uma mudança e no entendimento das habilidades sociais.
Algumas outras técnicas:
- Fotos: um método convencional para praticar o reconhecimento de emoções é o uso de imagens. O processo vai além de olhar para uma foto de um rosto e descrevê-lo como “feliz” ou “triste”. O profissional também explica e exemplifica o que causou a emoção;
- Atividades em grupo: é possível trabalhar com outros colegas e ensinar a praticar habilidades sociais por meio de cumprimentos e em cenários cotidianos;
- Uso de tecnologia: vídeos, desenhos e jogos podem ajudar a ensinar sobre a linguagem corporal e a comunicação;
- Histórias: é uma estratégia frequentemente usada para ensinar habilidades sociais a crianças. Por meio da leitura de histórias apresentam-se os conceitos e regras sociais para quem tem o TEA.
Habilidades sociais no autismo: um desafio que pode ser vencido!
Estas são algumas ideias de procedimentos para treinar habilidades sociais em pessoas com autismo, mas claro que existe uma infinidade de outros procedimentos para este fim.
A mensagem principal deste artigo é que o treino de habilidades sociais deve começar desde o início da intervenção e ir sendo refinado à medida que o cliente se desenvolve, de acordo com as exigências sociais de cada idade.
O trabalho de desenvolvimento das habilidades sociais é parte essencial e reflete diretamente no desenvolvimento da linguagem.
Como também nas habilidades acadêmicas, motoras e etc. Já que fazem parte desse grande guarda-chuva, que é tornar o individuo hábil para responder dentro de um contexto que por sua vez é social.
Portanto, ao selecionarmos como foco de trabalho comportamentos socialmente relevantes, tais como: atenção compartilhada, habilidades para engajar-se em atividades com o outro, flexibilidade e resolução de conflitos, seguimento de regras, contato visual e a habilidade de ficar sob controle do outro, estaremos proporcionando a base para que essa pessoa possa aprender quaisquer outras habilidades que são necessárias para o seu desenvolvimento, melhorando sua independência e qualidade de vida.
É importante saber que, com tratamento e incentivos adequados, é possível desenvolver as habilidades sociais no autismo.