A importância da psicomotricidade em crianças autistas

A importância da psicomotricidade em crianças autistas

Psicomotricidade em Crianças Autistas

Você sabia que a psicomotricidade em crianças autistas pode ter um papel fundamental em seu desenvolvimento? Hoje, vamos entender o papel dessa terapia para o tratamento do autismo

A psicomotricidade em crianças autistas é um importante aliado no tratamento, proporcionando ganhos a crianças autistas e seus familiares.

A psicomotricidade é uma ciência que envolve o desenvolvimento integrado de habilidades motoras associado aos aspectos emocionais e cognitivos, para melhorar e lapidar as expressões coordenadas dos movimentos do indivíduo durante uma atividade ou uma tarefa sequencial.

Por definição, a psicomotricidade necessita de intervenções que prezam por uma boa estruturação hierárquica de requisitos funcionais e pela participação global das funções cerebrais.

Neste sentido, a abordagem psicomotora pode ser uma forma de manejo muito interessante em crianças com autismo, pois seu direcionamento vem de encontro às suas necessidades.

Crianças autistas têm características evidentes de desestruturação sensorial, motora, na linguagem e na capacidade de perceber ambientes sociais, contextuais e correlacionar com a linguagem verbal ou não-verbal.

A falta de controle pela criança de seus impulsos, limites sociais, percepção de espaço de acordo com o contexto e com as demandas de terceiros, fazem com que as formas de se expressar pelo corpo fiquem muito prejudicadas e desorganizadas.

O controle de seus movimentos depende de noção espacial, sensibilidade, interação com o meio e com o outro, sendo exatamente a capacidade de integrar estes elementos que define a eficácia de uma ação organizada e a expressão de um desejo positivo ou negativo durante a interação com os demais a sua volta.

Benefício da psicomotricidade em crianças autistas

A psicomotricidade permite que a criança com autismo possa adquirir o que lhe é mais caro e deficitário: apropriar-se de sua imagem, esquema corporal e da consciência de seu corpo dentro de um ambiente ou de um contexto.

Para tal objetivo, é importante que se trabalhe com esta criança por meio de estratégias que a faça se auto-perceber e se inter-relacionar com os limites do meio.

Atividades como rolar, pular, tocar, mudando de lado ou de posição (frente/atrás) fazem com que ela consiga, aos poucos, perceber os limites entre seu interno e seu externo.

Deve-se, a todo momento, manter o contato visual e ajudar a seguir comandos com mudança de tonalidade de voz, a fim de desenvolver a capacidade de agir, com finalidade de iniciar e terminar processos.

É comum estes conhecimentos estarem associados aos métodos de integração sensorial, pois existem muitas intersecções e estratagemas em comum entre ambos.

Psicomotricidade em Crianças Autistas

Atividades relacionadas à psicomotricidade em crianças autistas

Muitas vezes, a pessoa com o transtorno do espectro do autismo (TEA) utiliza seu corpo para demonstrar o que sente.

É importante trabalhar com a psicomotricidade logo na primeira infância dos autistas (até os 7 anos, aproximadamente) com atividades que acompanhem a idade mental e o organismo da criança.

Também é importante realizar brincadeiras com objetos lúdicos e que estimulem a curiosidade da criança.

Sempre respeitando a individualidade da pessoa com autismo. Por isso, quem tem hipersensibilidade precisa ficar longe de objetos com texturas.

Podem também realizar atividades com bambolês, jogos com objetos de diversas formas e tamanhos, jogos com tecidos, entre outras atividades.

As brincadeiras lúdicas na educação infantil é uma ótima estratégia para treinar a coordenação motora das crianças e, também para o equilíbrio e noção de lateralidade.

O psicomotricista faz intervenções que estimulem o desenvolvimento do corpo em movimento, beneficiando a interação do autista com a família e o meio social, suas habilidades cognitivas, afetivas, emocionais, o que proporciona mais qualidade de vida.

Nesse processo, ele deve captar as mensagens não verbais da criança, pois a comunicação e o vínculo são características que envolvem a eficácia do trabalho do psicomotricista com o autista.

A psicomotricidade como caminho para a descoberta do corpo

Sabe- se que a psicomotricidade ajuda a criança autista a descobrir o seu corpo, seu espaço e o mundo à sua volta.

Ela também passa a perceber os estímulos por meio dos seus sentidos, sensações e sentimentos.

Por isso, passa a construir seu próprio mundo devido às relações afetivas e emocionais.

Os autistas sentem dificuldade de noção corporal e por essa razão é fundamental ajudar a criança com o autismo a conhecer o próprio corpo.

É importante nomear as partes do corpo, deixá-la tocar e entender a funcionalidade, de modo que ela possa relacionar o nome da parte do corpo com o significado.

A psicomotricidade ajuda o autista a desenvolver a parte sensorial, a motora, a linguagem e a capacidade de perceber ambientes sociais.

Permite que o autista desenvolva habilidades ao apropriar-se de sua imagem e esquema corporal e da consciência de seu corpo dentro de um ambiente ou de um contexto.

Vale ressaltar que além do ambiente escolar, a família deve incentivar e realizar os exercícios de psicomotricidade indicadas pelo profissional para que o autista consiga desenvolver suas habilidades.

É importante que os pais, professores e cuidadores estimulem as percepções sensoriais da criança com o autismo e procure ajuda profissional para elaborar uma estratégia com as atividades adequadas de acordo com a necessidade da criança autista.

Psicomotricidade em Crianças Autistas

A psicomotricidade em crianças autistas é um caminho terapêutico importante

Em relação às evidências científicas, ainda carecem trabalhos que comprovam a eficácia da psicomotricidade, mas clínicos e profissionais experientes vêm ressaltando seu papel na intervenção e remediação de alguns déficits muito comuns no autismo, especialmente no que tange à coordenação motora e problemas sensoriais.

O envolvimento da família nestas atividades é fundamental e a mesma pode ser orientada a manter tais atividades em ambiente doméstico.

Os cuidadores devem ser instruídos e orientados a entender os objetivos das intervenções e estimulados a ampliar a gama de estratégias nos mais diversos contextos.

É salutar que o tratamento psicomotor seja conduzido dentro de uma abordagem interdisciplinar e associado a outras formas de intervenção, pois o desenvolvimento da linguagem, o tratamento de comorbidades e o suporte escolar acrescentam e auxiliam muito a generalizar os resultados do tratamento.

Aos poucos, a psicomotricidade em crianças autistas vai permitindo maior qualidade de vida, mais avanços e novas conquistas para crianças e seus familiares.

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