Troca de letras, saiba quando deve levar seu filho para ser avaliado por um especialista

Troca de letras, saiba quando deve levar seu filho para ser avaliado por um especialista

fala errado

Para se comunicar a criança se utiliza de um código gráfico, isso ocorre nos primeiros anos em que começa a ler e escrever. Nesse momento as trocas de letras tanto na leitura quanto na escrita poderão ser observadas.

Trocas como, por exemplo, jirafa, iscada, caza, ou seja, trocas de letras nas palavras cujo som permanece o mesmo, não devem ser causa de maiores preocupações, nem pelos pais e nem pelos professores.

Quando a criança troca letras na fala e essa troca é transferida para a escrita, é momento de se preocupar. Nesse caso a orientação do Fonoaudiológico é fundamental, para que a fala correta da criança se instale antes dos 5 anos de idade. Não merece muita importância, porém, se a troca de letra for eventual ou de uma palavra que ainda não faça parte do vocabulário da criança.

O fonoaudiólogo observará se as trocas de letras estão relacionadas às falhas na discriminação auditiva. Vejamos,  fonemas que são “parecidos acusticamente” (/p/ e /b/; /t/ e /d/; /f/ e /v/; /s/ e /z/; /x/ e /j/ /q/ e /g/ ou /c/ e /g/ entre outros) podem soar iguais para a criança que ainda não desenvolveu totalmente a habilidade de discriminação auditiva. No momento da escrita podem ocorrer trocas de letras do tipo: fazenta, xanela, divícil. Esse tipo de troca pode acontecer porque a criança no momento da escrita não consegue perceber qual letra representa o som que está ouvindo. Se essa dificuldade persiste ao longo do ensino fundamental I, entra a necessidade da orientação fonoaudiológica para que se detectem quais as alterações e inabilidades que levam a isso.

Uma dessas dificuldades no aprendizado é a disortografia.

  • Troca de letras que têm sons parecidos: feio e veio, xícara e jícara, pata e bata, contente e condende
  • Adição de sílabas: pirulito/pirulilito
  • Omissão de letras: bravo/ bavo, prato/pato
  • Contaminação de sílabas: pipoca/picoca
  • Separação incorreta de palavras: a prender
  • Aglutinação de palavras: Amanhã nãovou para aescola
  • Dificuldade em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação

A disortografia pode ou não estar associada a trocas desses mesmos fonemas na fala, dificuldade chamada de distúrbio articulatório ou troca de letras na fala. Devido à dificuldade, a criança disortográfica evita escrever e, quando escreve, os textos são curtos.

Os erros encontrados na escrita de crianças com disortografia não acontecem na leitura e tais dificuldades podem ser contornadas com acompanhamento adequado. Nesses casos, é importante salientar que não se deve reprimir a criança, mas auxiliá-la de modo positivo. Nunca exigir que a criança escreva diversas vezes a palavra que errou, pois isso de nada adianta, visto que se trata de uma dificuldade da linguagem.

Outra dificuldade encontrada é a disgrafia, também chamada de letra feia, é uma alteração relacionada a problemas perceptivo-motores. Tal alteração ocorre por um conjunto das seguintes características:

  • Letra ilegível por escrevê-las desorganizadamente: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5, por exemplo);
  • Lentidão na escrita
  • Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves;
  • Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial;
  • Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha;
  • Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida;
  • O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares; e
  • Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

Crianças que apresentam disgrafia devem ser estimuladas positivamente, reforçando seus acertos, além de precisarem de estimulação linguística e psicomotora globais.

O tratamento fonoaudiológico deve ser iniciado tão logo seja possível para que a criança supere o mais rápido as dificuldades que apresenta.

Outra dificuldade que pode ser encontrada é a dislalia.

A dislalia é basicamente um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavra, pronunciando as palavras com omissão ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os ordenadamente.

A criança com dislalia, de modo geral, fala fluidamente,  embora possa ser até ininteligível, podendo o desenvolvimento da linguagem ser normal ou levemente retardado. Não se observam transtornos no movimento dos músculos que intervêm na articulação e emissão da palavra.

Em muitos casos, a pronúncia das vogais e dos ditongos costuma ser correta, bem como a habilidade para imitar sons. Diante do paciente dislálico costuma-se fazer uma pesquisa das condições físicas dos órgãos necessários à emissão das palavras, verifica-se a mobilidade destes órgãos, ou seja, do palato, lábios e língua, assim como a audição, tanto sua quantidade como sua qualidade auditiva.

As Dislalias constituem um grupo numeroso de perturbações orgânicas ou funcionais da palavra. No primeiro caso, resultam das malformações ou de alterações de inervação da língua, da abóbada palatina e de qualquer outro órgão da fonação. Encontra-se em casos de malformações congênitas, tais como o lábio leporino ou como consequência de traumatismos dos órgãos fonadores. Por outro lado, certas Dislalias são devidas a enfermidades do sistema nervoso central.

Quando não se encontra nenhuma alteração física a que possa ser atribuído a Dislalia, esta é chamada de Dislalia Funcional. Nesses casos, pensa-se em hereditariedade, imitação ou alterações emocionais e, entre essas, nas crianças é comum a Dislalia típica dos hipercinéticos ou hiperativos. Também nos deficientes mentais se observa uma Dislalia, às vezes grave ao ponto da linguagem ser acessível apenas ao grupo familiar.

Até os quatro anos, os erros na linguagem são normais, mas depois dessa fase a criança pode ter problemas se continuar falando errado. A Dislalia, troca de fonemas (sons das letras), pode afetar também a escrita.

Alguns fonoaudiólogos consideram que a Dislalia não seja um problema de ordem neurológica, mas de ordem funcional. Segundo eles, o som alterado pode se manifestar de diversas formas, havendo distorções, sons muito próximos, mas diferentes do real, omissão, ato em que se deixa de pronunciar algum fonema da palavra, transposições na ordem de apresentação dos fonemas (trocar máquina por mánica) e, por fim, acréscimos de sons.

Dificuldade na linguagem oral, que pode interferir no aprendizado da escrita. A criança omite, faz substituições, distorções ou acréscimos de sons. Eis alguns exemplos:

  • Omissão: não pronuncia sons – “omei” = “tomei”;
  • Substituição: troca alguns sons por outros – “balata” = “barata”;
  • Acréscimo: introduz mais um som – “Atelântico” = “Atlântico”.

Recadinho para os pais e professores

Repetir somente a palavra correta para que a criança não fixe a forma errada que acabou de pronunciar.

  • É importante que o adulto articule bem as palavras, fazendo com que a criança perceba claramente todos os fonemas. – Assim que perceber alterações na fala de um aluno, o professor deve evitar criar constrangimentos em sala de aula ou chamar a atenção para o fato. Uma criança que falta às aulas regularmente por problemas de audição, como otites frequentes, requer maior atenção;
  • O ato da fala é um ato motor elaborado e, portanto, os professores devem trocar informações com os educadores esportivos e professores de Educação Física, que normalmente observam o desenvolvimento psicomotor das crianças;
  • O ideal é que a criança faça uma avaliação fonoaudiológica antes de iniciar a alfabetização, além de exames auditivos e oftalmológicos.

A audição é o canal sensorial mais importante para que a criança possa aprimorar a atenção auditiva, a discriminação, a memória, a análise e a síntese auditiva, habilidades essenciais no desempenho e na apropriação da leitura e escrita. Crianças que foram pouco estimuladas na primeira infância, por doenças como otites, por situações que não permitem a exploração do ambiente, ou por convivência somente com adultos ou com pessoas que falam pouco com a criança, também podem apresentar alguma dificuldade no desenvolvimento da leitura e a escrita.

Apresentar a criança estímulos e ambientes onde ela possa vivenciar a leitura e a escrita, de forma lúdica ou o mais simples que seja é muito importante, a fim de que vá experimentando aquilo que de alguma forma fará parte dela ao longo da vida. Explorar através de jogos e brincadeiras aquilo que chamam a atenção e o interesse da criança para o aprendizado tanto das formas, quanto dos números e letras, ampliando seu universo, apurando a atenção, a memória auditiva e visual.

O tratamento fonoaudiológica ajudará muito a criança no desenvolvimento da fala, da escrita e da leitura, ela irá fixar e automatizar acertadamente os vários sons e suas representações.  Estimular a criança a ler e escrever, mesmo que com erros, é o melhor passo para que ela se desenvolva e supere suas dificuldades.

Se o seu filho esta trocando letras, agende uma avaliação com a Dra. Giovana Micheli, pelo telefone  (11) 4191-9747 ou WhatsApp: (11) 994 608 548.

Deixe seu comentário abaixo, diga o que achou.

20 comments

  1. Vitória - 31/03/2020 11:18 PM

    Minha aluna está trocando na hora de escrever por exemplo tempero ela escreve penpero ou nome ela escreve mone, oque eu faço?

    Responder
    • Dra. Giovana Micheli - 18/04/2020 9:34 PM

      Olá Vitória, que tal marcarmos uma orientação por vídeo chamada para que eu possa te contar tudo? Me chama no whats 11 994608548

      Responder
  2. Jéssica - 16/12/2019 6:50 AM

    Minha filha tem 5 anos e troca na fala as letras ca, co e ga,go por ta e to.Ex: casa – tasa; gato- tato; Gabi- Tabi; coelho- toelho.

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  3. Marilyn - 12/06/2019 9:17 PM

    Tenho percebido que frequentemente ao escrever eu adianto 1 número ou letra. Ex: 12345 e eu escrevo 12456
    ou palavra e eu escrevo palvra. Um outro exemplo: uma situação que acontecerá mes depois do dia 14 de maio, o correto seria eu escrever 14 de junho, mas eu penso no 14 mais esquevo 15.

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    • Dra. Giovana Micheli - 30/06/2019 11:22 PM

      Olá Marilyn,
      Obrigada pelo seu comentário. Sobre a sua dúvida, seria interessante você passar por uma avaliação! Só um profissional poderá dizer se é um sinal de alteração ou não.

      Responder
  4. Patrícia Sgarioni - 05/06/2019 11:20 PM

    Excelente texto! Parabéns!

    Responder
  5. Adriana Pedroso Ranciaro - 16/04/2019 10:06 AM

    Atende convênio Bradesco ?

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    • Dra. Giovana Micheli - 24/04/2019 7:18 PM

      Adriana, não atendemos convênio. Mas emitimos recibo para o convênio reembolsar, geralmente reembolsam. Consulte essa possibilidade com o seu convênio e se preferir entre em contato conosco pelo Whatsapp 11 99460 8548.

      Responder
  6. Adriana Pedroso Ranciaro - 16/04/2019 10:04 AM

    Muito esclarecedor.

    Responder
  7. Lucilene de Souza Leão oliveira - 18/02/2019 5:04 PM

    Excelente esclarecimento. Parabéns!

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  8. maria reveliu - 02/10/2018 1:25 PM

    Achei muito bom,esclarecedor .Parabéns pelas informações e colocações sobre o assunto.

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  9. Jeane Bueno Ramos da Silva - 27/08/2018 7:52 PM

    Boa tarde! Gostei mto da materia! Sou professrora de Ensino Fundamental 1. Me interesso pelo assunto pois tenho um neto com 5 anos que nao fala o “r” no meio das palavras. Ele ja passa com fonoaudiologa mas esta bem dificil ele acertar. Ele tem a pronuncia por exemplo: balata no lugar de barata. Se pedir p repetir o correto ele pronuncia corretamente. Mas qdo vai falar espontaneamente pronuncia o errado. Enfim gostaria de saber como ajuda lo.

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  10. Micheli O. Guex - 01/04/2018 11:29 PM

    Estou procurando informações porque meu sobrinho de 4 anos troca o f pelo p. As informações acima foram muito úteis. Obrigada.

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  11. Vilma - 21/03/2018 2:20 PM

    Olá, sou Orientadora Educacional, trabalho com crianças de 04 à 15 anos e nos últimos anos viemos encontrando vários alunos com dificuldades principalmente na pronúncia de algumas palavras . Gostaria, se possível, receber mais informações e até sugestões de atividades para auxiliar esses alunos.

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  12. Laura camurça - 24/01/2018 12:08 AM

    Muito esclarecedor,pois tirou minhas dúvidas sobre o assunto.

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  13. Simone - 30/09/2017 12:39 PM

    E quando a pessoa não fez tratamento quando criança e ainda tem esse problema quando adulto?

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  14. brenda - 26/04/2017 10:37 PM

    olá, eu vi que tem um monte de fonemas que a criança pode trocar mas não vi sobre trocar as vogais…minha filha troca o “a” pelo “o”; o “e” pelo “a” na leitura, deve leva-la ao fono?

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